Imagem: Reprodução/O Dia |
por Aldenora Cavalcante (estagiária)
Edição: Navara Felizardo
POESIA NO CELULAR - O livro é um instrumento de ação que conduz à liberdade infinita e à fuga da realidade, contrastando com a prisão: lugar de sonhos interrompidos. Esta foi a contradição revelada pela detenta Elidiane Barbosa, 58 anos, em uma conversa que teve início dentro da Penitenciária Feminina de Teresina (PI).
A detenta, que é professora de literatura, é acusada de ter assassinado o ex-marido em 2003. Condenada a 16 anos de cadeia, ela foi presa em Fortaleza (CE), no início de 2015, e transferida para Teresina em fevereiro, onde divide a cela com outras seis mulheres. Com o ato, ela foi obirgada a se separar de suas duas filhas, do atual marido e da mãe.
Antes de seguir para o Piauí, Elidiane passou por uma experiência dentro da penitênciária de Fortaleza que foi essencial para não perder as esperança. O local abrigava uma estrutura de biblioteca através do qual a professora poderia manter contato com o que sempre foi o seu mundo: as palavras.
Na transferência, Elidiane sentiu a falta do contato com os livros e este foi o principal motivo para que ela sugerisse um projeto de leitura dentro da Penitenciária Feminina. A ideia agradou a diretora da unidade prisional, Socorro Godinho, que tratou logo de imediato ajuda, recebendo apoio da Secretaria de Justiça. O projeto já se encontra em fase de finalização e deve ser implantado em breve.
Elidiane pretende inserir no cotidiano das detentas um "Carrinho Literário" em que as presas devem ler um livro e responder um roteiro de perguntas sobre a obra. Ao final, a atividade acaba interferindo diretamente na pena das presas, que pode ser reduzida.
Desde o início das propostas, a penitenciária está recebendo livros didáticos e literários de algumas editoras e todos estão sendo catalogados e organizados com carinho por Elidiane, em um peqiueno comodo que fica ao lado da sala de aula da penitenciária. Apesar do projeto ainda não ter início, a ideia de começar a ler já causa ansiedade nas detentas.
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