Todo tirano tem em seu caminho uma bala perdida (bem vinda) que lhe tira a vida, derruba-o do poder. Jacytan Melo

Caldeirão lisergico - Malungo e Leonardo Chaves

Vídeo produzido por Malungo e Leonardo Chaves, mostra lances da poesia alternativa pernambucana, registros de fotos, livros e cartazes com textos de Francisco Espinhara e Bráulio Brilhante, além de poemas do livro de Malungo,"O terceiro olho usa lente de contato" numa estética de video clip.

Fragmentos de um Livro leve com águas e anoitecimentos

Fragmentos de poemas de um Livro leve que virá com "Águas e anoitecimentos" de Edmir Carvalho Bezerra

Marcelino Freire

Tempo Ácido - poeta Malungo

sexta-feira, 31 de maio de 2013

GERAÇÃO 65:

Mudando a história da produção literária recifense

A paisagem do Recife sempre serviu de palco de inspiração para os artistas. Isso acontece há mais de quatro séculos. Muitos dos escritores se deixaram contagiar pelo cenário exuberante da cidade do Recife. Essa safra de escritores surgiu na década de 60, renovando a tradição literária recifense.

Em meio ao ambiente hostil e opressivo da ditadura de um regime militar, que se instalou no Brasil em 1964, surgiram versos líricos e políticos de poetas que expressavam suas mágoas, sentados nas mesas dos bares da cidade, entre um traço e outro de estrofes de um verso, bebiam goles de chopp.

Esses poetas, unidos pela literatura, deram origem à chamada "Geração 65", e ao movimento das Edições Pirata, que chegou a publicar na época mais de trezentos livros.

GERAÇÃO 65

Grupo formado em Jaboatão, PE, 1964. Seus membros Alberto da C. Merlo, Domingos Alexandre, José L. A. de Melo e Jaci Bezerra se reuniam em função da produção poética que cada um desenvolvia. Denominou-se inicialmente"Grupo de Jaboatão" , passando a ser conhecido, por sugestão do historiador Tadeu Rocha, no Recife, como Geração 65. Fundaram o Movimento Pirata e as edições do mesmo nome, mantgendo a marca Geração 65.

Fonte: Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho e J. Galente Souza, Global, 2001.
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OS MENDIGOS

Os mendigos adormecem
na calada da noite
alimentados pelos restos
da sociedade de consumo,

aspiram cheiros de esgotos, cola e escrementos.

Estão em todas as esquinas
desprovidos de pudores
com a alma desnuda de
desejos e sentimentos.

Já não sonham mais
os mendigos desfalecem
na calada da noite.

Jacytan Melo, poeta, músico e produtor

DO EXERCÍCIO DE ESCREVER

Dedos presos no teclado
cabeça ainda vazia
coração cheio de amores
não correspondidos.
Aos poucos os dedos deslizam
num movimento autômato,
ensaiando algumas palavras,
algumas linhas de um poema.
Já é madrugada, poucas palavras
são escritas, porém,
carregadas de emoção.
Chego a temer,
o esforço dos dedos no teclado
possa perturbar
o silêncio da noite.
O dia amanhece,
mal percebo o amanhecer,
devido a longa batalha noturna:
o exercício de escrever poema.

Jacytan Melo, poeta, músico e produtor.

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Uma viagem entre becos e vielas, escombros e ruínas, pontes e palafitas que trafegam nos versos do poeta Malungo. Vídeo participante da 4ª edição da Mostra "TV no Parque" - agosto/2009