Todo tirano tem em seu caminho uma bala perdida (bem vinda) que lhe tira a vida, derruba-o do poder. Jacytan Melo

Caldeirão lisergico - Malungo e Leonardo Chaves

Vídeo produzido por Malungo e Leonardo Chaves, mostra lances da poesia alternativa pernambucana, registros de fotos, livros e cartazes com textos de Francisco Espinhara e Bráulio Brilhante, além de poemas do livro de Malungo,"O terceiro olho usa lente de contato" numa estética de video clip.

Fragmentos de um Livro leve com águas e anoitecimentos

Fragmentos de poemas de um Livro leve que virá com "Águas e anoitecimentos" de Edmir Carvalho Bezerra

Marcelino Freire

Tempo Ácido - poeta Malungo

sábado, 21 de novembro de 2009

Poesia Marginal

A poesia marginal foi uma prática poética marcada pelo artesanal, por poetas que queriam se expressar livremente em época de ditadura, buscando caminhos alternativos para distribuir poesia e revelar novas vozes poéticas.

É um movimento cultural (o lado punk literário) fundado nos anos 70, os poetas mais marcantes desta época foram Ana Cristina César, Paulo Leminski, Ricardo Carvalho Duarte (Chacal), Francisco Alvim e Cacaso. As poesias eram distribuídas em livretos artesanais mimeografados e grampeados, ou simplesmente dobrados.

Poetas, universitários e cabeludos eram caras que imprimiam no álcool do mimeógrafo as suas poesias originais. Foram poemas instigantes, carregados de coloquialidade e objetividade.

A poetisa Ana Cristina César além de escrever poemas também redigia para jornais, se suicidou aos 31 anos, em 1981. Cacaso faleceu em 1987, aos 43 anos, após uma parada cardíaca. Paulo Leminski, que adorava experimentar a linguagem dos poetas concretos, faleceu em 1989.

É importante enfatizar que não foi um movimento poético de características padronizadas, foi um momento de libertação dos termos e expressão livre num momento de repressão política nos fins da década de 60. A poesia foi levada para as ruas, praças e bares como alternativa de publicação, alternativa que estivesse longe do alvo da censura. Tudo era considerado suporte para a expressão e impressão das poesias, fosse um folheto, uma camiseta, xerox, apresentações em calçadas, etc.


TÁS AONDE?

Alô, alô, alô...
maldito celular
sempre insistindo
na caixa postal,
fora de área,
sem sinal.

Alô, alô, alô...
"você não tem este serviço"
aqui fala sua
atendente virtual.

Alô, alô, alô...
"seus créditos acabaram
recarregue seu celular.

Alô, alô, alô...

Jacytan Melo, poeta, músico, produtor

FURTO

Pegou dois anos
no COTEL
por furto qualificado
sem direito
a Habeas-corpus
por ter roubado
um pote de
margarina "sebosa"

Jacytan Melo, poeta, músico, produtor

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Uma viagem entre becos e vielas, escombros e ruínas, pontes e palafitas que trafegam nos versos do poeta Malungo. Vídeo participante da 4ª edição da Mostra "TV no Parque" - agosto/2009