Natal
Uma voz nua
canta o sentimento
conversa de natal
a solidão
nos contempla
somos habitados
pela música
da noite.
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Noite de Natal
Atrás da canção
uma grande lua
a estrela da festa
sinos da madrugada
que ninguém mais
escuta
despertam
lembranças distantes.
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Uma foto do Natal
No ar
a coreografia
de uma flauta
antigas velas
ainda acesas
velhas ceias
em preto e branco
esperando
a madrugada
e a festa
...
O natal se arrasta
Lentamente.
www.provadoartista.com.br/
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www.expoart.com.br/almandrade
Almandrade, por Antônio Luiz M. Andrade: É arquiteto, poeta e artista
plástico baiano.. Como artista plástico já participou de quatro
bienais internacionais em São Paulo, além de várias outras exposições
no país e no exterior. Editou em 74 a revista "Semiótica" e, seus
poemas procuram dar às palavras intensidade plástica, forma. Publicou
os livros "O Sacrifício dos Sentidos", "Obscuridade do Riso",
"Poemas", "Suor Noturno," "Arquitetura de Algodão". É um dos grandes
nomes brasileiros do poema visual. Saiba mais no endereço eletrônico:
http://www.antoniomiranda.com.
poemas - Almandrade
Fascinação de cristal
toca em mim
traduz uma delicadeza
e uma incerteza
ilha vazia
maternal
escondida
em seus próprios
tesouros
a fuga é incapaz
rasga um caminho
a falta
derrama sua graça.
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PARADOXO
O infinito reclina
e adormece
na solidão dos enigmas.
As manias gregas
O mármore das imagens.
Mitos e estátuas
que desafiam
o vazio e o abstrato.
Verdades,
dúvidas de ninguém.
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A JANELA E A FANTASIA
No pequeno cômodo
através da vidraça
a paisagem entra
fragmentada
no pincel de Magritte.
Do outro lado
das paredes
a realidade vai até onde
a imaginação alcança.
O tempo
o olhar inventa.
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O ANIVERSÁRIO DA PINTURA
No retângulo da esquadria
descansa
a velha paisagem renascentista.
A cada novo olhar
uma provocação
canta a imaginação
uma janela para o passado
que contempla o futuro.
Exatidão de cálculos e
sedução de metáforas
celebram
o nascimento da pintura.
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A MULHER
Uma geografia
sempre a ser descoberta
obscura e secreta
como a solidão.
...
Em silêncio
a intimidade feminina
acende o mistério
que faz lembrar
o aroma dos devaneios
que transporta
o fim da tarde.
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