Foto: Zé Afonso Stock |
Estão querendo acabar contigo
[meu Recife
Não te respeitam como antes
(apesar de idade avançada)
te vejo suja, mal cheirosa,
em todo canto que passo
te vejo nua,
com uma avenida disforme
rasgando teu ventre.
Prédios sujos, mal acabados,
abandonados, assombroso,
assombrados,
completam o auto-retrato
de tua feiúra.
Mudaste muito,
não é mais aquela cidade
chamada bela Recife
cantada em versos e prosas,
até os cinemas não existem mais.
Andas inchada,
abarrotada de tantos carros
poluída, esquecida, mal vestida.
Tenho pena de ti
[meu Recife
tenho pena de ti.
Jacytan Melo
Recife, 8/dezembro/2009
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