Todo tirano tem em seu caminho uma bala perdida (bem vinda) que lhe tira a vida, derruba-o do poder. Jacytan Melo

Caldeirão lisergico - Malungo e Leonardo Chaves

Vídeo produzido por Malungo e Leonardo Chaves, mostra lances da poesia alternativa pernambucana, registros de fotos, livros e cartazes com textos de Francisco Espinhara e Bráulio Brilhante, além de poemas do livro de Malungo,"O terceiro olho usa lente de contato" numa estética de video clip.

Fragmentos de um Livro leve com águas e anoitecimentos

Fragmentos de poemas de um Livro leve que virá com "Águas e anoitecimentos" de Edmir Carvalho Bezerra

Marcelino Freire

Tempo Ácido - poeta Malungo

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Exposição do Projeto Poemagem no Espaço Cultural Teatro Mamulengo, de 17 a 28/10


V Prêmio Literário Canon de Poesia 2012

(Reprodução/Internet)

O concurso cultural denominado V Prêmio Literário Canon de Poesia 2012 é promovido pela Canon do Brasil Ind. e Com. Ltda, pessoa jurídica estabelecida na Cidade de São Paulo, inscrita no CNPJ sob o nº 046.266.771/0001-26, pela Fábrica de Livros, selo editorial do Grupo Editorial Scortecci, para autores brasileiros, maiores de 16 anos, residentes no Brasil.

Tem por objetivo descobrir novos talentos, promover a literatura e difundir a impressão digital de livros no Brasil. Este concurso é exclusivamente de cunho cultural, sem qualquer modalidade de sorte ou pagamento pelos concorrentes, estando aberto à participação de todos que assim o desejarem, sendo promovido pela empresa de acordo com a Lei n. 5768/71 e Decreto 70.951/72.

REGULAMENTO

Ao fazer a inscrição, o Autor estará concordando com as regras do concurso, inclusive autorizando a publicação da obra em antologia e responderá por plágio, cópia indevida e demais crimes previstos na Lei do Direito Autoral.

O Autor poderá participar com apenas 1 (uma) POESIA, inédita, não publicada em livro (papel, eletrônico ou qualquer outro suporte), blog, site, facebook ou qualquer outra mídia existe, de no máximo cinco mil caracteres. Os trabalhos deverão estar em língua portuguesa, o que não impede o uso de termos estrangeiros no texto.

O tema é livre e a inscrição grátis.

A POESIA deverá ter obrigatoriamente um título. Não há necessidade de pseudônimo (nome literário).

Inscrições de 13 de agosto de 2012 a 30 de novembro de 2012, somente pela Internet através do site Concursos e Prêmios Literários.

Inscrições

A parceria Canon do Brasil e Grupo Editorial Scortecci escolherão uma Comissão Julgadora composta de três membros de renomado prestígio literário e uma Comissão Organizadora que resolverá os casos omissos deste regulamento, se houver.

PRÊMIO:

Publicação da obra em antologia do V Prêmio Literário Canon de Poesia 2012, selo editorial Fábrica de Livros/Scortecci, reunindo por ordem alfabética, 50 (cinquenta) POESIAS e seus AUTORES (minibiografia), conforme seleção e escolha irrevogável da Comissão Julgadora.

Características da obra: 1500 (mil e quinhentos) exemplares, formato 14 x 20,7 cm, com aproximadamente 100 páginas, ISBN e Ficha Catalográfica.

A obra NÃO será comercializada e sua venda proibida.

Os 50 (cinquenta) participantes escolhidos com as melhores POESIAS receberão como prêmio e a título de Direito Autoral, 10 (dez) exemplares da obra, além da divulgação e promoção da poesia pela Canon do Brasil pelo período de um ano em ações de Marketing e Propaganda.

Os livros de direito dos Autores Vencedores serão entregues no dia do lançamento da Antologia. Os que não puderem comparecer ao evento receberão seus livros pelo correio pela Canon do Brasil.

CRONOGRAMA:

- Inscrições: até 30 de novembro de 2012.
- Período de seleção: dezembro 2012 e janeiro 2013.
- Resultado: Fevereiro de 2013.
- Edição e Impressão da obra: março de 2013.
- Lançamento: Abril de 2013.

MAIS INFORMAÇÕES:

Inscrições somente pela internet através do link.

E-mail: premiocanon2012@concursosliterarios.com.br

Telefone: (11) 3032.1179.

Anos 70: a poesia era marginal


O modo rústico e artesanal foi uma característica marcante no surgimento da poesia marginal. Para se expressar livremente em épocas de ditadura os poetas buscaram caminhos alternativos para distribuir poesia e revelar novas expressões poéticas.

Surgido nos anos 70, a poesia marginal foi um movimento cultural onde os poetas Ana Cristina César, Paulo Leminski, Ricardo Carvalho Duarte (Chacal), Francisco Alvim e Cacaso se destacaram nesta época. As poesias ganhavam corpo e eram distribuídas de forma inusitada, diferentes dos padrões convencionais de publicações, eram livretos artesanais mimeografados e grampeados, ou apenas dobrados.

OS POETAS MARGINAIS

A poetisa Ana Cristina César escrevia seus poemas e redigia para jornais, ela teve um fim trágico, suicidou-se aos 31 anos, em 1981. O poeta Antônio Carlos Ferreira de Brito (Cacaso) nasceu em Uberaba (MG), no dia 13 de março de 1944. Antes dos 20 anos desperta para poesia, através de letras de sambas que colocava em músicas de amigos como Elton Medeiros e Maurício Tapajós. Seu primeiro livro, "A palavra cerzida", foi lançado em 1967. Em 27 de dezembro de 1987, Cacaso morre vítima de parada cardíaca, aos 43 anos. Paulo Leminski Filho nasceu em Curitiba, em 24 de agosto de 1944, foi um escritor, poeta, crítico literário, tradutor e professor brasileiro, faleceu em 1989.

A poesia marginal foi um movimento desprovido de características padronizadas, era uma libertação dos termos e expressão livre constratando com uma época conturbada, a repressão política nos fins da década de 60. A poesia ganhou as ruas, praças e bares como alternativa de divulgação, longe do foco da censura. Nada escapava, tudo era considerado como suporte para expressar a arte de poetizar, fosse em folheto, camiseta, xerox, apresentações em calçadas.

(Reprodução/Internet)
ANA CRISTINA CÉSAR


Acreditei que se amasse de novo
esqueceria outros
pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
organizei a memória em alfabetos
como quem conta carneiros e amansa
no entanto flanco aberto não esqueço
e amo em ti os outros rostos
(em Contagem regressiva - Inéditos e Dispersos)



ANTONIO CARLOS FERREIRA DE BRITO


Descartes

Não há
no mundo nada
mais bem
distribuído do que a
razão: até quem não tem tem
um pouquinho

Fatalidade

A mulher madura viceja
nos seios de treze anos de certa menina morena.
Amantes fidelíssimos se matarão em duelo
crepúsculos desfilarão em posição de sentido
o sol será destronado e durante séculos violas plangentes
farão assembléias de emergência.

Tudo isso já vejo nuns seios arrebitados
de primeira comunhão.

PAULO LEMINSKI FILHO


I

Confira
tudo que
respira
conspira

II

Tudo é vago e muito vário
meu destino não tem siso,
o que eu quero não tem preço
ter um preço é necessário,
e nada disso é preciso

III

Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi

IV

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

V

O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique





26 de outubro é o prazo final para inscrições do Prêmio de Poesia Damário Dacruz

Créditos: Divulgação
(Reprodução/Internet)
Se você tem poesias guardadas na gaveta e está interessado em se candidatar ao Prêmio com obras inéditas, a hora é essa. Escolha suas melhores poesias para abocanhar o prêmio de R$ 3 mil do primeiro lugar.

As inscrições estão abertas até o dia 26 de outubro, e poderão ser feitas na sede da Fundação Pedro Calmon ou no Ponto de Leitura Pouso da Palavra, durante a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) que começa hoje (17/10).

COMO FAZER - Para participar o candidato deve apresentar o poema em três vias iguais, dentro de envelope lacrado, e acompanhado de ficha de inscrição preenchida, currículo, comprovante de residência. É preciso também anexar uma declaração de autoria e ineditismo. Coautoria não é permitida no regulamento da premiação.

PREMIAÇÃO - Serão escolhidos apenas três melhores poemas. O primeiro lugar ganhará R$ 3 mil, o segundo R$ 2 mil, e o terceiro R$ 1 mil. Os poemas selecionados, cerca de 37 inscritos, vão ser publicados em um livro, ainda sem título no momento.

Faleceu em 6 de outubro um dos ícones da poesia peruana: Antonio Cisneros


Uma notícia que me deixou triste e só agora tomo conhecimento, foi a grande perda para o mundo poético da figura tão querida do peruano Antonio Cisneiros. Ele faleceu aos 69 anos, em um sábado (06 de outubro) vitimado por um câncer pulmonar que vinha lhe torturando já um bom tempo.

Antonio Cisneiros, além de poeta, foi jornalista, roteirista e professor. Ele foi uma figura importantíssima da "geração do 60" da literatura peruana e chegou a ser condecorado com o Prêmio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda 2010, a mais alta distinção concedida pelo governo chileno a um poeta da região.



POEMA PARA HACER EL AMOR

Antonio Cisneiros

Para hacer el amor debe evitarse un sol muy fuerte
sobre los ojos de la muchacha, tampoco es buena la sombra
si el lomo del amante se achicharra

para hacer el amor.
Los pastos húmedos son mejores que los pastos amarillos
pero la arena gruesa es mejor todavía.
Ni junto a las colinas porque el suelo es rocoso
ni cerca de las aguas.

Poco reino es la cama para este buen amor.
Limpios los cuerpos han de ser como una gran pradera:
que ningún valle o monte quede oculto y los amantes
podrán holgarse en todos sus caminos.

La oscuridad no guarda el buen amor.
El cielo debe ser azul y amable,
limpio y redondo como un techo
y entonces la muchacha no verá el dedo de Dios.

Los cuerpos discretos pero nunca en reposo,
los pulmones abiertos,las frases cortas.
Es difícil hacer el amor pero se aprende.

(De Agua que no has de beber).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Repulsa



Ontem te vi na rua
meio dia, sol a pino.
evitei aproximar-me
com medo de pisar 
na tua sombra
e me envolver novamente.

Jacytan Melo, novembro/2009

(In)decisão



Dois reais na carteira
duas decisões a tomar:
jogar na milhar
ou bebericar uma 
cerveja gelada,
estupidamente gelada.
Optei pela segunda, 
adiei o sonho
de ficar rico
jogando na
Loteria Zoológica.

Jacytan Melo, novembro/2009

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Uma viagem entre becos e vielas, escombros e ruínas, pontes e palafitas que trafegam nos versos do poeta Malungo. Vídeo participante da 4ª edição da Mostra "TV no Parque" - agosto/2009