|
Imagem: Felipe França |
por Rafaella Martinez | Diário do Litoral
LÊ NO NINHO. Biblioteca Porto Saber, em Praia Grande, recebe programa que incentiva a leitura para crianças e bebês
Poesia no Celular - Na pequena sala forrada de placas de tatames e pufes coloridos da
biblioteca Porto Saber, em Praia Grande, a palavra deixa de estar apenas impressa no papel para ganhar vida. Ela passa da tela da televisão para a dobradura de papel. Da fantasia dos livros infantis para encarnar nos pais presentes na sala e através deles adentrarem nas mentes e corações dos
pequenos de 6 meses a 4 anos.
Desenvolver a paixão pela leitura em bebês e crianças. Esse é o objetivo central do projeto ‘
Lê no Ninho’, releitura do ‘
Bebelê’. A ação é fundamentada na teoria do
Letramento Infantil (Early Literacy), definida pelo
National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), e que ressalta a
importância de se incentivar o ato de ler, a interação com histórias e livros para bebês e crianças, bem como a consequência positiva no desenvolvimento infantil. A iniciativa foi implantada na
Biblioteca de São Paulo, em 2012, enquanto a
Biblioteca Parque Villa-Lobos oferece o projeto desde sua inauguração, em
2014.
A cidade de Praia Grande é a terceira a receber o projeto, que contemplou no último edital outras nove bibliotecas municipais do Estado. As instituições foram selecionadas por meio de edital lançado pelo
Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca-SP) em parceria com a
Organização Social de Cultura SP Leituras e o
Instituto Tellus. Este concurso também contou com o apoio do
Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (SisEB) e da
Secretaria da Cultura do Estado.
No lançamento em
Praia Grande, a magia esteve impregnada nos olhares das crianças presentes. Folhas de sulfite foram transformadas na casa da cantiga que remete à infância e, contrariando o sendo comum, a tecnologia da TV e dos Tablets foram instrumentos para resgatar o lúdico da infância.
“
O programa já existe e tem êxito em São Paulo e agora foi expandido para outras cidades do Estado. Toda a estruturação foi feita no diálogo com representantes das bibliotecas contempladas. O nome ‘Lê no Ninho’ também foi criado na analogia de que o hábito da leitura deve começar em casa e ser trabalhado de forma sutil com as crianças. E também as bibliotecas devem criar espaços para o desenvolvimento e estímulo da leitura”, afirma
Gabriella Matarazzo, gerente de projetos do
Instituto Tellus.
Cada ação do programa tem duração de até 45 minutos e trabalha uma ou mais capacidades cognitivas das crianças. São utilizados livros-brinquedos, fantoches, tambores, chocalhos, brinquedos e músicas para interagir com os bebês e as crianças a fim de estimular o gosto pela leitura. A ideia é demonstrar aos pais ou cuidadores como eles podem replicar em casa as atividades realizadas na biblioteca.
A ideia foi recebida com entusiasmo pelos pequenos. “
Notamos pelos olhinhos curiosos e pela interação com o que foi apresentado que eles prestaram atenção ao que foi dito e como ganharam de presente um livrinho para levar para casa, certamente levarão a paixão pela leitura adiante, na companhia dos pais”, afirma
Tatiana Félix, contadora de histórias ao lado de
Aline Félix, auxiliar de biblioteca.
Para a implantação do programa nos municípios contemplados, as bibliotecas receberam a doação de um kit completo composto por acervos de livros-brinquedo, materiais pedagógicos, tablets, TV, móveis e demais recursos a serem empregados no programa. As ações em
Praia Grande serão semanais e retornarão em fevereiro, após o período de recesso.
A fantástica biblioteca da pequena Lara
Os olhos sonhadores e brilhantes da pequena Lara acompanharam com entusiasmo cada leitura e apresentação desenvolvida pelas instrutoras do
Lê no Ninho.
Assim que soube que Lara viria ao mundo, a estudante de pedagogia Andreia Soares teve o sonho de ver a filha apaixonada, assim com a mãe, pela palavra escrita e pelas viagens proporcionadas pela leitura.
E foi incentivando desde a gestação e a partir do terceiro mês de vida da criança – data em que ela ganhou o primeiro livro – que Andreia viu o sonho se concretizar: hoje a menina é dona de uma biblioteca composta por mais de 80 livros. E engana-se quem pensa que ela está satisfeita com o número de histórias que já viveu através dos contos.
“
Em todos os aniversários e datas comemorativas ela faz questão de pedir livros. Uma vez ela ganhou um livro chamado ‘Histórias para meninas de 3 anos’. No quarto aniversário ela veio com o livro em mãos e falou: ‘mamãe, agora eu preciso de um com histórias para minha nova idade’”, aponta Andreia.
COMPARE SEGURO VIAGEM
10 MOTIVOS PARA ESTUDAR NO CURSOS 24 HORAS