Luiz Silva (Cuti) é escritor, Mestre em Teoria da Literatura e doutorando no Instituto de Estudos da Linguagem - UNICAMP. Publicou, dentre outros, Flash Crioulo sobre o Sangue e o Sonho (poemas - 1987) Quizila (contos - 1987), Dois Nós na Noite (teatro -1991) e Negros em Contos (1996).
Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, um paulista nascido em Ourinhos, em 1951. é um dos autores negros mais respeitados da geração surgida no Brasil a partir dos anos 1970 Ele diz que a caracterização de uma literatura depende muito do ângulo de visão e do interesse do analista e coloca o foco na subjetividade e na ideologia. "Para mim, literatura negra se identifica pela predominância da experiência subjetiva de ser negro transfigurada em texto", afirma ele.
SUA OBRA:
Negroesia é uma seleção de poemas, feita pelo autor, constando textos publicados em seus livros e, também, na série Cadernos Negros. A eles foram acrescentados onze poemas inéditos. As seções (Cochicho, Aluvião, Chamego e Axé) não são títulos de obras. Marcam uma aproximação temática dos poemas, correspondendo, respectivamente, a metalinguagem, consciência racial, sensualidade e religião.
O livro Negroesia é um lançamento da Mazza Edições Ltda. (31) 3481-0591. Preço R$ 20,00.
SEU POEMA:
O FUTURO
O futuro está no saco
o futuro está nas trompas
o futuro no entanto já está nas ruas
o futuro das ruas é imediato
sente fome e sede
frio e falta de afeto e vive no asfalto
o futuro das ruas verde amendoim
pede esmolas
toma conta dos automóveis
mas não toma leite
o futuro das ruas anda descalço
e vira malandro
o futuro das ruas apanha dos policiais
se revolta, é preso, é morto
o futuro das ruas se deteriora
aos nossos olhos passivos
e cegos no futuro do saco
no futuro das trompas.
Autor: Cuti, do Livro NEGROESIA - Antologia Poética
O FUTURO
O futuro está no saco
o futuro está nas trompas
o futuro no entanto já está nas ruas
o futuro das ruas é imediato
sente fome e sede
frio e falta de afeto e vive no asfalto
o futuro das ruas verde amendoim
pede esmolas
toma conta dos automóveis
mas não toma leite
o futuro das ruas anda descalço
e vira malandro
o futuro das ruas apanha dos policiais
se revolta, é preso, é morto
o futuro das ruas se deteriora
aos nossos olhos passivos
e cegos no futuro do saco
no futuro das trompas.
Autor: Cuti, do Livro NEGROESIA - Antologia Poética
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